quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A EXPOSIÇÃO ITINERANTE MIRA ESTÁ EM BRASÍLIA

¡Mira! - Artes Visuais Contemporâneas dos Povos Indígenas


Uma oportunidade do público da capital conhecer o pensamento e a perspectiva indígena em meio às artes visuais contemporâneas, mostra fica em cartaz até 02 de fevereiro.
Formas, cores e ideias dos povos originários da América do Sul compõem a exposição ¡Mira! – Artes Visuais Contemporâneas dos Povos Indígenas, está em cartaz nas galerias da Casa da Cultura da América Latina (CAL) da Universidade de Brasília (UnB). A mostra reúne pela primeira vez no país pinturas, desenhos, cerâmicas, esculturas, vídeos e fotografias de artistas indígenas da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Peru.
Idealizada e lançada no Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, em junho deste ano, a exposição tem a proposta de trazer ao público as novas estéticas dos povos ameríndios, em que os autores produzem arte aliando saber tradicional às modernas tecnologias. 
“As artes visuais que alguns indígenas estão fazendo, expondo e vendendo, entram em nosso mercado, na cidade grande, como objetos e signos de outras realidades”, explica Maria Inês de Almeida, curadora e coordenadora da exposição. “O que difere suas peças dos objetos e signos tradicionais, frutos da cultura oral, são a tensão e a perturbação, algo que um indivíduo é capaz de expressar quando vê o mundo de longe”, completa.
“A produção simbólica do povo Aymara traz consigo uma enorme carga de conhecimento, de saberes, de tradições, que foram sendo transmitidos através de distintas linguagens artísticas e distintos suportes. Meu trabalho é  retransmissão do conhecimento utilizando como suporte a linguagem visual como a pintura”, explica Dennys Huanca, artista do povo indígena Aymara, que vive nos Andes da Bolívia.
O projeto partiu do Núcleo de Pesquisas Literaterras da UFMG, dedicado à literatura feita por autores indígenas, e é resultado de uma pesquisa realizada por uma equipe formada por antropólogos, comunicadores e indigenistas, que percorreu milhares de quilômetros em busca da arte indígena latino-americana. Foram levantadas mais de 300 obras. Depois, um conselho curador, composto por especialistas em artes visuais, escolheu mais de 100 obras de artistas de diferentes etnias.
Em Belo Horizonte, a exposição foi dividida em três núcleos: Cosmovisões , Paisagens e História e violência. “Indígenas vivendo de arte é novidade até nas aldeias”, observa Maria Inês. “Se na Semana de Arte Moderna de 1922 vimos artistas brancos antropofagizando a arte indígena, agora criadores indígenas fazem o mesmo com estéticas de outras culturas”, explica.
Na busca pelo diálogo intercultural, e através de múltiplas linguagens, a exposição promove o intercâmbio entre as novas experiências artísticas desenvolvidas pelos povos indígenas da América do Sul. “A Mira é um encontro que enriquece a minha experiência artística como também me faz conhecer e aprender sobre as outras culturas”, conta Brus Rubio, artista da etnia Bora-Huitoto do Peru.
O evento é uma realização do  Centro Cultural da UFMG, Decanato de Extensão e Casa da Cultura da América Latina. A mostra ficará em cartaz em Brasília até 02 de fevereiro de 2014. 
Serviço
¡Mira! – Artes Visuais Contemporâneas dos Povos Indígenas
Visitação: até 2 de fevereiro de 2014, todos os dias das 9h às 18h
Local: Galerias Acervo, CAL e de Bolso da CAL (SCS Quadra 4, Edifício Anápolis).Telefone: 61 3321.5811
Entrada franca
Classificação livre
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília